Como observa Ediney Jara de Oliveira, entender esses cenários é essencial para quem toma decisões de investimento, comércio exterior ou posicionamento estratégico. O futuro da globalização está no centro dos debates econômicos, políticos e empresariais.
Alguns enxergam retração, com cadeias mais fechadas e protecionismo. Outros defendem uma reconfiguração baseada em tecnologia, regionalização e novas parcerias. Há ainda quem aposte em um novo ciclo de expansão, mais digital e menos dependente de fronteiras físicas. Continue a leitura e fique por dentro de todos esses cenários!
Globalização sob pressão: O discurso da retração
Nos últimos anos, crises financeiras, tensões geopolíticas e choques em cadeias de suprimento alimentaram a ideia de “desglobalização”. Países passaram a discutir tarifas, subsídios, barreiras tecnológicas e políticas industriais mais agressivas. Na leitura de Edinei Jara de Oliveira, esse movimento não significa o fim do comércio internacional, porém indica uma disputa mais intensa por setores considerados estratégicos, como semicondutores, energia, defesa e dados.

Empresas que dependem de mercados externos percebem maior risco regulatório, exigências adicionais de compliance e escrutínio político sobre investimentos. Nesse ambiente, o planejamento precisa incorporar cenários de interrupção, revisão de contratos e eventual redirecionamento de rotas comerciais.
Reconfiguração: Cadeias mais curtas, digitais e resilientes
Em vez de um recuo completo, muitos analistas falam em reconfiguração da globalização. Cadeias antes concentradas em poucos grandes polos passam a ser redesenhadas com hubs regionais, uso intenso de automação e integração de dados em tempo real. Como aponta Ediney Jara de Oliveira, empresas buscam equilibrar custo e resiliência, aceitando margens um pouco menores em troca de maior previsibilidade e segurança de abastecimento.
Nearshoring, friendshoring e diversificação de fornecedores tornam-se estratégias comuns, enquanto plataformas digitais ampliam a capacidade de monitorar estoques, prazos e riscos. O comércio continua global, porém com arquitetura diferente, menos dependente de uma única rota ou país.
Novo ciclo de expansão: Serviços, conhecimento e economia verde
Há também sinais de que a globalização pode entrar em um novo ciclo, mais baseado em serviços, propriedade intelectual e transações digitais. Exportação de software, conteúdos, consultoria especializada e soluções em nuvem cresce em ritmo acelerado, muitas vezes com menos barreiras físicas que produtos tradicionais. Para Edinei Jara de Oliveira, a transição energética e a agenda de sustentabilidade também abrem espaço para novos fluxos de capital e de tecnologia entre países.
O papel das políticas públicas e dos acordos internacionais
Governos continuam sendo atores centrais na definição desse futuro. Políticas industriais, regimes tributários, acordos comerciais e marcos regulatórios em temas como dados, privacidade e clima moldam a forma como a globalização se expressa em cada região. Como comenta Ediney Jara de Oliveira, países que combinam abertura responsável com estabilidade institucional tendem a atrair investimentos produtivos, enquanto ambientes de insegurança jurídica e regras imprevisíveis afastam projetos de longo prazo.
Decisões empresariais em um cenário múltiplo
Na prática, o futuro da globalização não será exclusivamente retração, reconfiguração ou expansão, e sim uma combinação desses elementos em ritmos diferentes por setor e região. Para Ediney Jara de Oliveira, o desafio das empresas é abandonar respostas simplistas e trabalhar com cenários bem estruturados: quais mercados tendem a se fechar, quais cadeias exigem regionalização e onde surgem oportunidades em serviços, tecnologia e economia verde.
Negócios que investem em inteligência de mercado, diversificação de clientes, qualificação de equipes e uso estratégico de dados constroem maior capacidade de adaptação. Em vez de temer todas as mudanças ou apostar cegamente na repetição do passado, a empresa que lê com atenção os sinais da economia global consegue reposicionar-se com mais calma, escolhendo alianças, produtos e mercados que façam sentido no longo prazo.
Autor : Lyudmila Antonova

