A pandemia da Covid talvez tenha sido a principal “impulsionadora” do uso das redes sociais nos últimos anos. Com as pessoas tendo que seguir o isolamento social, muitos tiveram que trabalhar ou se entreter através do uso das redes. Atualmente, o debate entre psicólogos gira em torno das questões positivas e negativas que o uso das redes trouxe para a população, considerando que 84% dos lares brasileiros têm acesso à internet, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação.
“A verdade é que muitas pessoas vivem em função da rede social. Elas vão a um lugar e estão preocupadas em mostrar e deixam de desfrutar para impressionar os outros. Isso é delicadíssimo. Então sugiro que a gente viva e depois publique. A rede social não pode ser prioridade na vida de ninguém”. Essa declaração partiu do jornalista Jorge Nicola, dono de um canal com mais de 1,3 milhão de inscritos no Youtube.
Para o psicólogo mineiro, Pedro Costa, “o desejo de imitar certos perfis, somado à imaturidade e dificuldade em se regular emocionalmente, muitas vezes gera sofrimento e acaba por estabelecer uma ruptura com a sua própria identidade”. O profissional citado foi entrevistado pelo jornal Hoje em dia, de Belo Horizonte.
O Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo, segundo apurado pela agência Comscore. São 156 milhões de brasileiros conectados à rede de computadores. A mais recente pesquisa da Digital Brazil aponta que a população brasileira acessa por quase quatro horas diárias as mídias sociais, seja para manter contato com amigos e família (54%), seja para leitura de notícias ou busca por produtos (44,4%).
Tanta exposição à vida digital influencia o comportamento dos usuários e pode afetar também a sua saúde mental, segundo especialistas. Ações de cancelamento de pessoas e organizações, divulgação massiva de conteúdo, necessidade de informação em tempo real, maior exposição a críticas e a discursos de ódio são algumas das atividades que passaram a fazer parte do dia a dia na internet.
A Secretaria de Estado de Saúde explica como proceder caso o internauta se sinta afetado pelas mídias sociais ou os pais percebam alterações de comportamento dos filhos. “Independentemente da origem do sofrimento, é importante buscar ajuda na Unidade Básica de Saúde mais próxima. Caso seja vítima de crime, é fundamental que a pessoa procure a delegacia de crimes virtuais ou o local mais próximo para fazer um boletim de ocorrência”, orienta a coordenação do setor de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas.